quinta-feira, 12 de março de 2015

Por que eu não vou para rua - uma reflexão pós-eleitoral


Então, rolou panelaço! Rolou xingamento não muito nobre à Presidente e tá rolando muita mas muita incoerência, hipocrisia e falta de querer ouvir, de querer ponderar e de unir esforços contra os verdadeiros vilões: nós mesmos!

Às vezes dá um nó na garganta com as coisas raivosas que tenho lido e confesso que por vezes (muitas) fico completamente desesperançosa de que haja alguma solução para esta que chamamos de pátria (conceito do qual tenho buscado me desapegar cada vez mais – mas isso é assunto para outro momento!).

Eu não vou às ruas no dia 13 nem no dia 15. Para mim a eleição acabou e não sou a favor do impeachment, mas considero o protesto popular uma das formas de lembrar ao governo de que todo poder emana do povo (e não de Deus como querem algum), mas o que está em pauta – no caso a queda da Presidente – não é a minha bandeira. Ando muito mais preocupada com a bancada evangélica e as sandices de Eduardo Cunha e Renan Calheiros do que com o resto.

Além disso, tendo a concordar com o Senador Cristovam Buarque, de que um impeachment da Presidente nada resolve, nada agrega, nada acalma. Apenas enfraquece a nossa já frágil democracia. Concordo também como ele de que a insatisfação é geral com a classe política e em tese todos – ou quase - deveriam ser removidos de seus postos. Me lembrei novamente da minha monografia na qual defendia a possibilidade de cassação de mandato pelo povo também dos membros do Legislativo e não apenas do Executivo.

Mas o que é que levou então à gota d’agua para toda essa revolta? Será que os petistas estariam agindo da mesma forma caso Aécio tivesse ganho? Estariam acusando o PSDB de estelionato eleitoral quando ele cortasse ou reduzisse o orçamento com programas sociais? Talvez sim, talvez não! Talvez estivessem apenas fazendo o que eles sempre souberam fazer muito bem: OPOSIÇÃO! Ou talvez estivessem tentando instaurar a tal da ditadura bolivariana (piadinha tá gente!?). Difícil saber a essa altura. 

Alguns amigos revoltados bradam com vigor: “ela mentiu na campanha”! Já ouvi também em várias situações que o que houve foi um “estelionato eleitoral”. Esse tipo de colocação me causa tanta estranheza quanto a repressão aos protestos que muitos petistas tentam disfarçar de superioridade: “revoltinha se cura com análise e calmante” não condiz com quem tanto foi às ruas contra governos anteriores!

De um lado, “não cumprir promessas de campanha” não me parece tenha sido inovação eleitoral da Sra. Dilma Roussef, muito menos protestar e pedir impeachment sempre que rola um escândalo, foi obra original desta “nova direita”.

Eu não estou nem um pouco surpresa com as medidas tomadas pelo governo! Inclusive discuti com alguns há época sobre como qualquer um deles (Dilma ou Aécio) teria que tomar essas medidas que só não foram feitas antes por razões eleitorais. Aliás, só pode estar surpreso quem não acompanha minimamente o cenário econômico do país e do mundo. Surpresa mesmo estou é com a revolta de quem esperava – e clamava -  por todas essas medidas para recolocar o país nos eixos com Aécio e agora tá putasso aí xingando muito no twitter! Um tanto boquiaberta estou com a defesa dos atos do governo por parte dos que quase me mataram quando falei do tal “mercado” (“o mercado não existe! O que existe é o POVO!” foi uma das respostas que ouvi em discussões pré-eletorais) e de que ela teria que tentar acalmá-lo de alguma forma justamente tomando essas medidas. Coerência a gente certamente não vê por aqui. Até que ponto vai a ideologia partidária para levar pessoas a serem frequente e reiteradamente inconsistentes apenas para apoiar um lado, quando deveríamos estar todos do mesmo lado: o do POVO!

Porque essa revolta toda agora que ela tomou medidas que todo mundo sabia que seriam tomadas e que eram necessárias? E porque não são os meus amigos petistas que estão na rua contra o governo que “traiu” seus ideais tirando dinheiro da educação (até do Pronatec – piada pronta), aumentou impostos e nomeou um Ministério que agradasse e acalmasse o tal do mercado? Cadê o povo que compartilhou artigos acadêmicos que demonstram a ineficiência de um regime de austeridade em tempos de crise agora? Pois é... estão defendendo a austeridade... vai entender! Cadê os eleitores do Aécio felizes por ela ter tido coragem de fazer o que queriam que o PSDB fizesse – as tais “medidas impopulares”, flexibilizando os benefícios dos trabalhadores que todo empresário reclama que freia a competitividade? Quedelhe??? Não tem... galera abraçou o posicionamento pré eleição e não tem a menor vergonha de mudar de argumento/fundamentação desde que não mude de lado! E ai de alguém que tente ponderar, que tente olhar o outro lado, que tente ser solidário: Coxinha, Petralha, bandido, corrupto, conivente, vagabundo ou em cima do muro são os adjetivos atribuídos a essas pessoas (dentre as quais me incluo).

O fato é que para além da revolta, os argumentos debatidos me soam simplistas e mal explorados de ambos os lados.

Em nada ajuda o Juca Kfouri (apenas como exemplo de muitos) dizer que a revolta representa apenas “o incômodo que a elite branca sente ao disputar espaço com esta gente diferenciada que anda frequentando aeroportos, congestionando o trânsito e disputando vaga na universidade”. Isso não é verdade! E esse tipo de argumento que generaliza, que diminui o outro, que ignora a complexidade do assunto, apenas empobrece o debate e faz com que muitos deixem de questionarem-se sobre suas reais inconsistências e incoerências e, porque não, verem as coisas por um outro lado. Relegar TODAS as pessoas revoltadas com o governo a um bando de playboy que não quer dividir o bolo é simplista demais e faz com que a reação instintiva do interlocutor seja descartar o argumento como um todo. A não ser que o Juca esteja escrevendo apenas para si e para aqueles que pensam como ele esse tipo de texto serve tanto quanto compartilhar vídeos e memes idiotas em grupos de whatsapp. Ninguém vai mudar sua opinião ou refletir sobre algo porque você mandou um meme retardado ou um vídeo editado do Lula falando merda! Isso só irrita! Só afasta! Nota: se você muda de opinião por conta desses memes volte duas casas!

Por outro lado, colocar a solução de problemas tão complexos no impeachment da Dilma é tão ou mais simplista quanto. ELA não é o problema! Ela é apenas mais uma rodinha de uma engrenagem muito maior. “Ahhhh mas então você acha melhor não fazer nada?” Não, eu acho melhor fazer algo sempre! Eu acho melhor ler, se inteirar (sim você elite intelectual ao menos pode fazer isso!). Participar da política, participar de Conselhos Municipais, acompanhar votações no Congresso e pautas do STF, saber o que seus candidatos no legislativo estão fazendo e cobrar deles o que prometeram nas suas campanhas. Ok, ok, lembrar em quem você votou já seria um grande avanço!

Esses dias falei que eu estava me sentido de certa forma sensibilizada pela situação do ser humano Dilma. Comentei que fico pensando no tamanho da pressão que ela deve estar suportando, em como não deve estar sequer dormindo ou descansando. Talvez chore em um canto. Talvez se pergunte porque escolheu esse caminho da política... talvez tema pela sua segurança. Certamente ela está pagando por erros que não são apenas dela! Certamente não foi ela quem inventou a corrupção e muito menos a má administração pública! Também não foi o Lula e nem seu antecessor. O Brasil é mal administrado desde que Pedrinho botou seus pezinhos aventureiros na Bahia. Não preciso nem dizer o que ouvi como resposta né? Ajoelhou...

Mas então, para não dar uma de Juca e pregar para convertido, gostaria de fazer desse post um convite.

Um convite à reflexão genuína. De tu com tu mesmo, nem precisa compartilhar com ninguém e mostrar que está olhando para o outro lado...

O convite é olhar para si! Eu já falei sobre isso aqui: a única forma de mudar o mundo é mudarmos a nós mesmos e a mudança só funciona de dentro para fora! 

Precisamos olhar para os nossos próprios defeitos com mais honestidade e olhar para fora com mais carinho e menos julgamento! Falta olhar-se no espelho e enxergar a própria podridão e sordidez e, ao invés de apontar sempre os mesmos culpados, responder-se com a sinceridade mais cruel possível: o que VOCÊ aí do espelho está fazendo para mudar o mundo?

Como está educando seus filhos? Fala que não é machista, mas acha que mulher não pode “dar por aí” e que a sua filha tem que ser “menina para casar” enquanto seu filho é o garanhão da faculdade e ainda chama feminista de feminazi? Ou, se diz não homofóbico, mas não deixa seu filho fazer ballet “porque é coisa de menina ou de boiola?” É contra o Bolsa Família porque é populista e não ensina a pescar, mas dá aquela contribuição mensal a uma instituição de caridade porque é mais fácil do que ir lá ajudar semanalmente? Ou nem isso? É contra a desonestidade, mas cola na prova? E quantas músicas e filmes já baixou esse mês sem pagar pelos direitos autorais?

Eu te pergunto: você que está tão indignado com o petrolão, mensalão, sei lá quantos mais “ãos” o quão indignado se sente com a situação da criança que vem te pedir dinheiro no semáforo com o olhar triste e distante? O quanto te “revolta” quando passa por uma favela ou vê pessoas vivendo em condições de miséria material e emocional, completamente abandonadas pelo Estado? Quantas vezes você bateu panela pelas milhares de crianças que não estudam e sequer podem comer mais do que uma refeição por dia?

Qual o grau de dor física que te causa saber que milhões de brasileiros vivem na extrema miséria (sendo que se você ganha mais de R$ 70 aparentemente já não é mais considerado miserável!). 

Você já parou para pensar no tanto de privilégios que você tem? Não me venha com: “não tenho culpa de ser homem/branco/elite”. Você pode não ter culpa mas tem RESPONSABILIDADES!

Não é possível continuarmos a viver olhando apenas para o nosso umbigo! Para os nossos argumentos e para o nosso sofrimento! Acabou o iogurte no mercado: fodeu! Viramos a Venezuela! Sério! Para e pensa no ridículo desse problema perto do que milhões e milhões de brasileiros vivem e viveram por séculos! A corrupção não é novidade! Certamente ela não é novidade para quem cresceu sem saneamento básico e asfalto porque a verba nunca chegou. Ela não é nada nova para quem não teve acesso à educação básica e à saúde por séculos e décadas, muito menos para os que vivem sem água no sertão ou para os que morrem todo ano nas enchentes fluminenses. Então, não se engane dizendo que a sua revolta é com o nível absurdo de corrupção! Pois ela está aí corroendo o Brasil há séculos de formas muito mais perversas e nem por isso você gastou seu teflon com isso!

Também não podemos continuar apenas perpetuando discurso de ódio e culpando os outros pelos nossos problemas sem que nos dediquemos minimamente a aprofundar a reflexão e fazer algo para resolvê-los! Chamar o cidadão de coxinha não vai resolver em nada! Culpar o empresário que acorda cedo, paga impostos e que gera empregos também não! Muito menos ajuda defender o governo cegamente com unhas e dentes sem enxergar suas incoerências, sua hipocrisia e demagogia.

Então, vá às ruas no dia 13 ou no dia 15 e demonstre sua posição. Vá em paz e proteste! Mas lembre-se: nem o impeachment nem o status quo resolverão o problema! A única coisa que vai iniciar a mudança verdadeira é o olhar primeiro para si, depois para o outro com atenção e empatia! É sair da cadeira e da frente do computador e agir! É ler, estudar, empoderar, ocupar o espaço público... cobrar os políticos mas também votar com consciência e (de preferência IR VOTAR). Você pode achar que o maior problema do Brasil é a corrupção, mas não é! O maior problema do Brasil é o individualismo! A corrupção é apenas sintoma de uma causa muito mais podre e pobre!



28 comentários:

  1. Partilho da mesma idéia. Muito bom seu artigo

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  2. Adorei, como sempre!
    Parabéns pelo artigo.
    Mari.

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  3. Estou emocionada com tanta coerência e confesso que quase chorei.
    Parabéns para vc, adorei te ler.

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  4. Aonde eu ligo pra te dar parabéns?
    Espetacular, digno de aplausos!

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  5. Conseguiu colocar em palavras tudo o que penso a respeito e que venho conversando com colegas e amigos.

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  6. Concordo com você. Não se pode esquecer de se retirar também esse senhor Cristovam Buarque, do Senado, que não vale uma letra do que já escreveu. Uma vergonha para os educadores. Alguém que foi exonerado pelo telefone, por que viajava demais no governo Lula, por seus interesses particulares (publicando livros na Europa). Outro ponto, se me permite, seria bom se revisasse seu texto antes de publicar, erros de concordâncias são erros crassos.

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    1. Por falar em "erros de concordâncias", o plural é erros de concordância... Ates de dar lição, estude...

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  7. Leitura lúcida e brilhante da conjuntura atual.Parabéns!

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  8. Você é sensata, inteligente e colocou bem suas palavras. Li com atenção ao seu texto e concordo com ele, até certo ponto...
    Nós temos a responsabilidade sim de fazer algo para mudar essa situação que se encontra nosso país, e pode ter certeza que muitas pessoas o fazem. Mesmo que em total silêncio, sem fazer propaganda...
    Mas não vejo como o cerne do problema esse "povo", pois apesar de sermos a maioria, não somos nós que decidimos nada... Somos representados pelos nossos governantes, e mais do que isso, somos manipulados, e forçados a fantasiar que a culpa é do cidadão.
    Aí vem os rótulos, coxinha, burguês, elite... Isso não existe... Foi inventada uma guerra de classes. A elite de verdade não precisa se preocupar com isso, ela tem dinheiro suficiente para viver no seu mundo particular. (Vale a pena saber sobre a família do Lula)
    Para não muito estender, quero dizer que eu não vou às manifestações, não porque eu esteja satisfeita com a corrupção, com os impostos, com a mentira e impunidade que sou obrigada a ver todos dias... Mas simplesmente porque eu vejo que não vai adiantar, o cenário foi bem montado e as máscaras não cairão...
    Assim como milhões de brasileiros, enquanto uma minoria enriquece e quebra o Brasil a cada dia, eu me torno mais pobre...

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    1. Parabéns, você expressou exatamente como penso. Não concordo com o texto publicado. Extenso demais.dispersivo, acaba por se contradizer. Quem foi às ruas, o foi porque não acha que l povo pague a conta por má gestão, gastando mais do que arrecadar, sem falar na corrupção da Petrobrás. E então, está certo o desleixo e falta de manutenção de portos e estradas, para investir em portos e estradas em outro país. É certo aliar-se à ditadores que não respeitam direitos humanos e tiram a liberdade do povo? Seria interessante ler à respeito do Foro de São Paulo e sobre a UNASUL. Talvez até reescreva o texto.

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    2. Acho o texto válido. Mas filosofia não combina com administração. Uma empresa mal administrada gera vários problemas quando a empresa é bem administrada ela gera bons resultados e maioria das pessoas que nela trabalham terá prazer em trabalhar. Problema de corrupção não é só no Brasil é no mundo todo. E porque em alguns países  desenvolvidos existem condições melhores de vida e de serviços públicos, por causa da boa administração e isso não significa que não tenha corrupção, mas existe ordem, controle, justiça, fiscalização e respeito por quem contribui. Pela carga tributária que pagamos deveríamos ter todo este retorno. Não acredito que devemos deixar de participar deste momento porque no Brasil é um problema cultural. No Brasil existe gente séria e honesta e devemos sim manifestar até que quem estiver no poder tome vergonha uma vez que eles sabem sim o que tem que ser feito, mas não o fazem. O que me deixa revoltado e falar que é um problema histórico, ok, mas o que o amigo está fazendo para contribuir para mudar esta história. Ha não,vamos ficar sentado só olhando para o nosso eu interior enquanto nosso dinheiro altamente tributado é mal distribuído. Vejamos a nossa presidenta diz que brigou pela democracia antes do fim do regime militar com tanta história para contar, hije está no poder e tem tudo para fazer a diferença e não faz. Mas o problema não é só dela, sim claro que não, mas se não tivesse rabo preso ficaria em público e pediria o apoio para mudar o Brasil. O problema que os três poderes estão comprados, e agora? Qual seria a saída? Temos que manifestar com foco e dentro dos órgãos publicos. Temos um grupo e estamos em constante presenca na câmara de sao paulo mas mesmo presente é muito dificil e aqueles que eram de esquerda e oposição e que hoje estão no poder são os que tem menos interesse em ajudar a população. Só estão criando massa de manobra e enrolando. Talvez seja porque ainda no Brasil temos uma grande número de pessoas analfabeta e que é facilmente enganado. E pergunto quem cuida da nossa educação? ?? Então e aí como faz para mudar a cultura e a história. Somente o povo se unindo em grande número para poder fazer pressão. Encaro a presidente como uma administradora e por sinal incompetente e como ela deve estar sofrendo com a pressão isso não me interessa pois existem muito mais pessoas sofrendo agora em consequência desta administração. Devemos olhar para trás sim, mas não ficar parado no tempo esperando que as pessoas se dêem conta de suas atitudes sem não temos em quem nos espelhar pois no Brasil hoje não tem uma referência positiva, um líder que esteja do nosso lado, do lado de todos. Talvez este seja un momento histórico que os nossos netos no futuro se orgullhem de saber que foi em nossa época que o Brasil começou a fazer uma nova história. E vc quer ser lembrado como? Como quem filosofou e que deixou as coisas acontecerem ou ser lembrado porque participou e contribui para a mudança cultural e historica e política do nosso país. Os problema não é de agora, mas aceitar isso e não exigir de quem está no poder no presente em quevivemos e se omitir para ter um futuro diferente.

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  9. Seu texto além de ótimo, me representa completamente.
    Venho falando isso há anos e arrumei muita encrenca na campanha eleitoral por defender esses argumentos.
    Ser o que quer ver no mundo , como disse Ghandi.
    Obrigada, Maria Baldin

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  10. O texto começa bem, muito bem. Mas aí vem a conclusão simplista que a autora tanto critica. "O maior problema do Brasil é o individualismo". Baseada em quê a autora considera individualismo um problema? Individualismo assim como colectivismo é apenas uma das dimensões de cultura nacional. O Brasil desde da época do Pedrinho tenta conciliar a cultura herdada com a desenvolvida pelos brasileiros. Em um governo colectivista, o Estado está acima das liberdades do individuo. É hierarquista, é a "pátria mãe", responsavel por todos e onde os recursos e os poderes são centralizados. Os individuos são se sentem completos se não formarem parte de um grupo extenso. Paísea latinos, Africanos e Asiaticos são na sua maioria, colectivistas. Em países de cultura individualista, a intervenção do Estado é bem menor, os impostos são mais baixos . O individuo se importa acima de tudo consigo e com sua familia imediata e a há oportunidades para todos para atigirem os seus objetivos. Australia, Nova Zelandia, UK, Holanda, Suiça, Irlanda e outros são exemplos de nações onde tanto o povo quanto a sua forma de governo estão de acordo com esse princípio. E advinha o quê? As pessoas vivem muito bem, muito obrigada. Individualismo não é problema. Problema sim é a corrupção tanto do individuo quanto do governo. Concordo plenamente que é muita hipocrisia protestar contra a corrupção alheia e manter a sua. Devemos sim, olhar para dentro, sermos os individualistas que somos e eleger um governo individualista como nós, sem esperar que o Estado tenha que fazer tudo por nós, porque simplesmente não vão fazer. O individuos que governam o Estado são individualistas e corruptos ( afinal são a nossa representação) . Chega de hipocrisia e achar que haverá alguem nesse país tupiniquim que nao se apropie indevidamente do poder. A solução é dar-lhes menos poder, menos dinheiro, menos direito a intervir, menos responsabilidades, menos empresas estatais a serem consumidas pela corrupção. Chega de corrupção, mentira e má administração. Hoje estarei na rua, protestando.

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  11. Aff, enquanto continuarem tratando a política como se fosse representada por times de futebol, nada vai mudar. O Brasil está dizendo basta pra corrupção, não importa que partido está lá, sai o corrupto hoje e se entrar outro, vai sair também. Chega, ninguém numa entrevista de emprego me pergunta se sou PT ou PSDB, me perguntam minhas qualificações. Por que na política tudo isso desaparece e o foco é o partido? Acorda, nosso passado é um lixo, de todos os lados, mas meu filho não vai viver desse passado, e sim do futuro, e pra quem governar este, eu vou perguntar seriamente as qualificações para o cargo, não me interessa pra que "time" você torce, isso aqui é administração, razão, se você usa a emoção pra decidir, não está preparado para "pensar por si mesmo". Basta.

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  12. Falamos a mesma lingua. http://youtu.be/lMdqOEpwYbQ

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  13. Concordo com praticamente tudo! Uma coisa me incomodou apenas: O discurso me pareceu bem incoerente quando ela se dirige a "elite branco homem".

    Não estaria ela generalizando e diminuindo um grupo de pessoas, promovendo mais a separação entre classes ou gêneros ao invés da união? Acho tão pejorativo quanto falar "pobre mulher negra" .

    Mas, de resto, ótima reflexão!

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  14. Tentei passar uma mensagem semelhante no meu blog, dia desses, mas fracassei miseravelmente.
    Não consegui organizar os pensamentos e colocar os argumentos de forma coerente como você fez. Obrigado por expressar essa ideia.

    Acho que o grande problema dos sensatos é que eles refletem e ponderam antes de emitir uma opinião, de forma que eles acabam se manifestando com muito menos frequência e alarde. Fica parecendo que todas as pessoas estão desinteressadas em soluções mais conciliadoras e inteligentes, já que somos bombardeados diariamente com discursos polarizadores e excludentes (no sentido de "somos nós, os certos, contra eles, os tapados").
    Muitos acreditam que "fazer alguma coisa" é tomar partido e defendê-lo ferrenha e agressivamente, independente das circunstâncias.

    Mas tenho fé que as pessoas eloquentes e menos deslumbradas são maioria, apenas são mais silenciosos.

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  15. Não concordo com o texto publicado. Extenso demais.dispersivo, acaba por se contradizer. Quem foi às ruas, o foi porque não acha que o povo pague a conta por má gestão, gastando mais do que arrecadar, sem falar na corrupção da Petrobrás. E então, está certo o desleixo e falta de manutenção de portos e estradas, para investir em portos e estradas em outro país. É certo aliar-se à ditadores que não respeitam direitos humanos e tiram a liberdade do povo? Seria interessante ler à respeito do Foro de São Paulo e sobre a UNASUL. Talvez até reescreva o texto.

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  16. acrescentaria que PPP...nao precisa ser literalmente que a prisão no BRASIL seja apenas para preto,pobre e puta; (que a justiça aja de forma igualitária)

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  17. Juro queria ser sua amiga para beber um vinho e bater papo! Texto brilhante

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    1. Isadora, sua linda! Quem sabe ainda não nos cruzamos nesse mundão aí?!!!
      Beijos!

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  18. Nao concordo. Viloes sao nos mesmos? Perai.... se liga! Nao quer ir as ruas nao va. Fica em casa, mas nao liga a TV porque a energia ta cara. Nem o som. Nao abra a geladeira porque comida ta um absurdo. E se resolver sair pra ir ao shopping tomar um chope va andando porque a gasolina tambem ninguem consegue pagar. Minha geracao foi as ruas, tiramos o presidente e melhoramos o pais pra todos. Voce nao se lembra disso mas deve ter tido uma infancia um pouco melhor porque eu e milhares de pessoas fomos a rua sm!

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  19. Faço das suas minhas palavras. Adorei

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  20. Pessoal, obrigada a todos pelos comentários! Li todos com atenção e carinho e mesmo as críticas foram bem-vindas para a reflexão! A maior emoção é perceber que muitas vezes as minhas palavras não são só minhas! Isso me toca de formas inexplicáveis! Fiquem sempre à vontade para darem suas opiniões e fazerem as críticas que entenderem relevantes! A "casa" é de vocês! Beijooo

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  21. Li seu texto e fiquei aliviada por você conseguir expressar de forma tão simples, elegante e direta o que eu penso desse momento político todo que passamos no nosso país. Li pela segunda vez hoje para me lembrar quem eu sou nesse festival de opiniões divergentes (um beijo pra Democracia, sua linda!) e lerei sempre que puder. "Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia". Obrigada e meus parabéns, belíssimo texto!

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  22. Acho que nossos pensamento se assemelham bastante. E digo mais, uma coisa que me surpreendeu negativamente nos protestos de domingo foi a quantidade de imagens com incitação ao ódio, inclusive apoiando o feminicídio. Falei sobre isso no texto " O protesto foi pacífico mas mostrou o pior lado do ser humano", que pode ser lido aqui: http://bit.ly/1FMNTf3

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