terça-feira, 26 de maio de 2015

POSSÍVEL - "Outras Palavras"

Perguntas me ocorrem: O que esperar de uma relação? O que desejar do outro? O que, afinal, ele pode oferecer? Qual a distância entre o real e nossas expectativas? A curiosidade em conhecer quem está ao nosso lado é um sentimento muito mais gostoso do que a realização daquilo que supomos deva ser o comportamento ideal e previsível das pessoas com quem dividimos nosso tempo e nossos sonhos. Conhecer o outro passa sempre pela possibilidade de renunciar aos ideais. Isso é crescimento! Sem fórmulas, a poesia surge como modo de tentar traduzir algumas descobertas. Do que é feito um amor possível para você? Desconfio: quando experimentamos tentar nomear nos aproximamos e nos afastamos cada vez mais da resposta exata! Não será isso a mover as relações?

POSSÍVEL 

Deste tipo de amor
Eu pouco, ou nada entendia

Supunha devesse ser a embriaguez de quem bebesse litros

coisa arrebatadora; febre de desditos...

Se fora sempre enchente sem estanque; fluxo incondicional

Pensava fosse este tipo de amor
Qualquer coisa de sal
Um palanque
Avante ao banal Algo que
de súbito, a la flecha
Pegasse em mim como uma pecha proposital

Mas veio você e fez a quebra Veio você, sem descanso a invadir meu remanso sem regra, nem trégua;

Mais junto de mim à cada légua

Por isso hoje, este tipo de amor
É qualquer coisa doce e natural

Fosse caminho; longe das águas e do céu, desenhado no chão dos nossos passos

Sem a fantasia do véu
Contido em nossos abraços
Este tipo de amor, feito apenas
De palavras,
De laços e de rotina;
De ser tua - mulher e menina.


Andressa Barichello, paulistana de nascença, curitibana pelo acaso.
Escreve crônicas, contos e poemas. Escreve pra tentar fazer sentido, para si e para os outros. É co-idealizadora do projeto Fotoverbe-se! e.... e.... e...


quarta-feira, 20 de maio de 2015

(Re)começo

Sempre acreditei piamente que o Universo conspira a nosso favor quando decidimos colocar energia e foco em algo que realmente desejamos. Aliás, essa foi, se não a principal, uma das mais importantes razões que me levaram à atuação como coach. Sempre acreditei e ainda acredito que foco e trabalho duro aliados ao uso eficiente dos nossos talentos naturais e das oportunidades que a vida nos apresenta podem ser uma receita bastante eficaz para a realização. Realização esta que não necessariamente há de ser confundida com sucesso - ao menos não nos termos que a sociedade nos moldou para acreditar que seja.

E então, de repente não mais que de repente o que eu tanto pedi aconteceu. De forma não tão inesperada e muito menos não planejada mas ainda assim de supetão. Sim, porque as mudanças importantes são como tirar um band-aid: por mais que nos preparemos, por mais que seja planejado e até desejado nunca dói tanto quanto imaginávamos e nem tão pouco quanto esperávamos. 

terça-feira, 12 de maio de 2015

#gratidão

Eu queria fazer um post bem lindo hoje mas me faltam palavras para expressar a gratidão e até perplexidade com o interesse demonstrado pelas minhas palavras. Que não são nada eruditas, nada literárias mas muito sinceras e viscerais! Obrigada! E sejam sempre muito bem vind@s no meu espaço... 



sexta-feira, 8 de maio de 2015

Sobre o dia das mães, a paciência e o amor...


Eu tinha muita convicção de que no dia das mães de 2015 eu já seria mãe. Fosse com um bebê no colo, fosse com um na barriga eu estava bastante convencida de que neste domingo estaríamos todos reunidos lá em casa não apenas para celebrar as nossas mães mas o nascimento de uma nova mãe (no caso eu!). Pois é, ainda não foi neste ano e, curiosamente, a sensação que tenho não é de tristeza nem de auto lamentação. Muito pelo contrário!

Desde que resolvi cancelar a vídeo laparoscopia e deixar a natureza agir no seu tempo, desde que percebi o quão desconectada estive por tantos anos da minha energia feminina e, principalmente desde que comecei a me conectar a ela, uma paz e tranquilidade nunca antes experimentadas tomaram conta do meu ser.

Em alguns grupos de que faço parte vejo muitas mães dizerem que querem parto natural mas “que se passar de 40 semanas vão induzir ou marcar a cesárea”. Ou seja: queremos esperar o tempo do bebê desde que seja dentro do nosso tempo! Foi aí que me dei conta de que eu estava de certa forma fazendo a mesma coisa. Como teria paciência para esperar o tempo do parto se não estava tendo paciência nem para esperar o tempo da concepção?

Não vou ser hipócrita e dizer que a ansiedade passou por completo pois em alguns momentos bate sim um friozinho na barriga por conta da demora (o marido que o diga!), mas estou encarando tudo isso como mais uma prova de amor e sabedoria do Universo. Estou enxergando uma oportunidade única de me preparar para ser uma mãe mais consciente de seu papel no planeta, uma mãe com um corpo conectado ao seu espírito que por sua vez começa a se conectar ao Todo. 

Sabático ou Promoção?


"O que você faria se não tivesse medo?"

Essa frase que, dentre outras com o mesmo espírito, está aposta no escritório central do Facebook em Palo Alto nos leva a uma importante e, na minha visão, diferente reflexão. 

Normalmente as pessoas gastam alguns - ou muitos - minutos, refletindo sobre o que fariam se ganhassem na mega sena, mas poucas param para refletir sobre a frase que inicia este post.


Analisando com cautela identificamos um ciclo de auto sabotagem nesse mecanismo que nos leva a gastar tempo com algo cuja probabilidade de ocorrer é mínima e que, principalmente, foge absolutamente do nosso controle, quando nos preocupamos muito pouco em identificar aquilo que nos bloqueia e nos impede de efetivamente alcançar nossos sonhos e objetivos: o medo!
O medo de separar ou de namorar. Medo de ser julgado e criticado pela sociedade – ou apenas por nossos pais - por nossas escolhas. Medo de ter filho ou medo de dizer: não quero filhos! Medo de ligar para aquela pessoa e parecer carente. E se você soubesse que aquela pessoa é o amor da sua vida? 


O medo de largar o emprego e dar a volta ao mundo ou simplesmente abrir o negócio dos seus sonhos. Medo de ficar no mesmo emprego por muito tempo. Medo do fracasso, mas principalmente, medo do SUCESSO e da FELICIDADE.


Poucas pessoas se dão conta, mas a FELICIDADE pode ser ainda mais assustadora do que o fracasso. E se tudo der certo e eu não puder mais reclamar? E se eu não estiver pronto para o SUCESSO? E se meus sonhos se realizarem?

Ao contrário do que se acredita quando se sonha com a mega sena a maioria esmagadora de nossos sonhos está única e exclusivamente em nossas mãos. A grande dificuldade é identificar o que realmente nos faz felizes. O dinheiro não irá resolver grande parte dos problemas que temos se não soubermos o que queremos e o que precisamos para nos sentirmos realizados. Isso é ao mesmo tempo assustador e libertador.

E você? O que VOCÊ faria se não tivesse medo? 

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Copo meio cheio ou vazio?


Está escuro e você está caminhando pela rua quando começa a ouvir passos atrás de você. A rua está deserta e o silêncio é total. Então, você ouve um barulho que parece um tiro. Sua respiração acelera. Seu coração dispara. Seus músculos enrijecem. Um segundo depois, você percebe que não era nada mais do que um gato pulando em uma tampa de lixo.

E se fosse um tiro? Quais sensações teriam sido provocadas no seu corpo? 

EXATAMENTE AS MESMAS!!! 

Esse exemplo ilustra que não há diferença entre o medo REAL e o medo INFUNDADO o que nos leva ao tema desse post: NADA é mais poderoso do que uma crença. Acreditar convictamente em algo faz com que qualquer coisa seja verdadeira aos nossos olhos (e ao nosso cérebro).

Quando temos convicção de que algo irá acontecer o nosso corpo se prepara e se condiciona de tal forma que acaba “conspirando” para que o fato se concretize.  

A nossa vida é a materialização do que pensamos e os nossos pensamentos são, portanto, a mais frequente razão pela qual nossa mente e nosso corpo adoecem, ou não, ao longo desse ciclo que chamamos de vida.

Passamos muito tempo nos preocupando com coisas que fogem absolutamente do nosso controle, quando nos preocupamos muito pouco em identificar aquilo que nos bloqueia e nos impede de efetivamente alcançar nossos sonhos e objetivos: o medo!

O poder dos nossos pensamentos – e de como o medo pode ter um impacto paralisador em nossas vidas - está bem refletido na famosa frase de Walt Disney: “Tudo o que você é capaz de imaginar, você é capaz de realizar!”.

A ciência comprova isso através das 3 leis da sugestão elaboradas pelo psicólogo francês Emile Coué. 

A Lei da atenção concentrada que dispõe que quando uma pessoa concentra a sua atenção em uma ideia, esta se concretiza por si mesma.

A Lei do esforço contrário age quando uma pessoa pensa que não pode fazer algo e então tenta, quanto mais pensa, menos capaz fica de fazê-lo. Se pensar, imaginar e acreditar que não consegue de fato o organismo paralisará e confirmará o que o cérebro já estava lhe dizendo.

Por fim, a Lei do sentimento dominante estabelece que uma sugestão ligada a uma emoção, supera qualquer outra sugestão que, no momento, exista na mente. 

É claro que o medo também tem uma importantíssima função que é a de nos proteger de reais ameaças e, portanto, preservar a espécie de se extinguir. É normal termos medo de caminhar em uma rua escura e isso nos deixará mais alerta. O que não podemos deixar acontecer é que o medo tome conta de todas as nossas decisões e nos paralise. O grande desafio é, portanto, esforçar-se e condicionar-se a identificar com a maior clareza possível o medo de algo real, do medo que advém da auto sabotagem e nos impede de seguir nossos sonhos.

Na metáfora da Caverna, prisioneiros (desde o nascimento) vivem acorrentados numa caverna e passam todo tempo olhando para a parede do fundo iluminada pela luz gerada por uma fogueira.

Nesta parede são projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações.

Ao sair das correntes para explorar o interior da caverna e o mundo externo o prisioneiro entraria em contato com a realidade e perceberia que passou a vida toda analisando e julgando apenas imagens projetadas por estátuas. Ao voltar para a caverna e contar tudo o que descobriu fora da caverna para seus colegas ainda presos, seria considerado louco, pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da caverna.

Fazendo uma leitura livre e mais ampla desta metáfora, podemos dizer que, como Platão já previu há milhares de anos, os seres humanos têm uma visão distorcida da realidade e daquilo que os assusta.

Só é possível conhecer a realidade, quando nos libertamos das influências culturais e sociais que nos acorrentam e nos empoderamos de conhecimento e, principalmente autoconhecimento. Ao mudarmos a perspectiva de como enxergamos as coisas veremos que grande parte de nossos medos, são apenas sombras projetadas na parede da nossa alma!

E é exatamente isso que o coaching nos proporciona ao trabalhar com nossas crenças e a ressignificação das mesmas ele possibilita estabelecer novos horizontes e derrubar barreiras imaginárias. O coaching não necessariamente vai encher o copo mas nos faz enxergar a metade cheia com muito mais clareza e valor. 

Mudando a nossa imaginação em nosso beneficio, portanto, seremos capazes de tudo aquilo que imaginarmos!!!

Quer saber mais sobre o coaching? Fique ligad@ aqui ou entre em contato!  

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Casar ou comprar uma bicicleta?


Trabalhando em grandes – enormes – corporações como advogada e, também, como líder de grandes e pequenas equipes passei boa parte da minha vida profissional buscando o verdadeiro sentido e propósito para o meu trabalho.

Eu sempre sonhei em ser advogada. Ou ao menos desde que desisti de ser paquita #quemnunca por volta dos 6 ou 7 anos. Nunca entendi direito pessoas que não sabiam que curso fazer e menos ainda conseguia ver lógica em quem fazia vestibular para Medicina E Direito. “Oi? Como assim? Uma coisa não tem NADA ver com a outra... como você pode ter afinidade com as duas coisas? Aposto que não vai ser bom nem em uma nem em outra” pensava eu enquanto focava no meu objetivo maior rumo ao meu grande sonho.

Eu, que não podia perder tempo nessa corrida pelo sucesso estava focada em cada um dos passos que me levariam ao meu futuro brilhante como advogada de destaque nacional e quiçá internacional. Primeiro passo: passar no vestibular. Ok! Do alto dos meus 17 anos eu acreditava que seria alguém muito importante e que, como advogada, estaria diretamente engajada na luta por um país e um mundo mais justos. Queria fazer a diferença! Queria deixar um legado! Pensava em trabalhar na ONU, no Itamaraty ou atuar em grandes causas de relevância social! Minha fantasia foi logo estraçalhada ao constatar que todos que se engajavam nessa luta ou eram muito desapegados de bens materiais ou tinham pais que os sustentassem enquanto se preparavam (indo estudar fora, falando vários idiomas, fazendo voluntariado, etc. etc.) para essa árdua trajetória. Eu não era nem uma coisa e muito menos a outra.  

Fui então procurar algo que minimamente me sustentasse dentro do que era a profissão que eu havia escolhido desde tão cedo. Segundo passo: estágio. E aí dificultou mais ainda. Passei por alguns escritórios e pela Justiça Federal e NADA do que pareciam ser as atividades de um advogado ou de juízes me apetecia. Achava tudo chato, mecânico e, confesso, um pouco deprimente. Cheguei a ter uns meses de crise pois não conseguia sequer cogitar que o meu grande sonho poderia ser uma farsa ou, ainda pior, que eu havia perdido tempo até ali e que se quisesse recomeçar sairia em desvantagem rumo ao tal do sucesso. Essa crise esvaneceu tão logo encontrei o que por muito tempo veio a ser para mim o emprego dos meus sonhos. O estágio em uma gigante americana lidando diariamente com pessoas inteligentes, bem-sucedidas, decididas e que pareciam estar todas prestes a dominar o mundo me fez ter a certeza de que ser Diretora Global do departamento jurídico de uma multinacional era mesmo tudo o que eu sempre sonhei. Os anos foram passando e o trabalho aumentando e com ele o aprendizado, as experiências, novas amizades, novos países e novas formas de ver o mundo me foram apresentadas. Novo emprego, oportunidade de gestão e tudo parecia ir exatamente como eu havia planejado. Ser diretora global não parecia mais ser o target final. Eu queria mais. Eu queria tudo! Queria gerir todo mundo! Queria tomar decisões e fazer a diferença... Queria ser CEO! 

domingo, 3 de maio de 2015

Sim! É possível...


Essa foi uma semana extremamente difícil não só para mim mas para todos que tem algum apreço pela democracia. Foi uma semana de reflexão, de coração apertado e de muitas lágrimas, mas principalmente foi uma semana de angústia. Ler os comentários que circulavam na rede foi quase tão difícil quanto ver as imagens produzidas pelo massacre de 29 de abril de 2015. Houve quem tentasse acusar professores de black blocs (e nem vou entrar no mérito do porque ser um bloc não necessariamente é algo tão ruim assim), descarados defendendo as ações que deixaram 200 feridos por supostos 7 ou 8 "infiltrados". Houve, mais uma vez, muito discurso de ódio e muita gente "saindo do armário" de sua intolerância, demonstrando prontamente que o fim justifica os meios e houve até quem celebrasse com gritos de futebol as cenas surreais que aconteceram no Centro Cívico. 

Não haveria, portanto, maneira melhor de encerrar essa semana restaurando a fé na humanidade e no nosso potencial imenso de fazer o bem, de inovar e de fazermos jus ao humano que sucede o nosso "ser". 

Em uma tarde de um domingo de feriado em um Teatro Guaíra lotado, pude assistir a uma palestra de Muhammed Yunus após ser-lhe concedido o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Paraná. 

Para quem não sabe, Yunus foi ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2006 e tem dedicado toda a sua vida ao que hoje chamamos de empreendedorismo social. Foi um visionário ao apostar, nos anos 70, na concessão de microcrédito e no empreendedorismo para reduzir a miséria no Bangladesh, país onde nasceu e vive até hoje. O projeto foi chamado de Grameen Bank e, em 1983, tornou-se um banco oficial para fornecer empréstimos aos pobres, principalmente mulheres na zona rural. Hoje o Grameen Bank tem mais de 8,4 milhões de mutuários, 97% dos quais são mulheres, e desembolsa mais de 1,5 bilhões de dólares por ano. A ideia se espalhou por quase todos os países do mundo, incluindo países desenvolvidos e industrializados. Yunus atualmente se dedica a outros negócios sociais, como uma companhia que vende painéis de energiasolar de baixo custo, uma escola de enfermagem e um hospital oftalmológico, dentre tantos outros

Yunus é grande defensor da emancipação e empoderamento das mulheres, ainda que não necessariamente levante a bandeira do feminismo, fez várias referências à importância das mulheres nas mudanças sociais e sua fala é suportada pelos números do próprio Grammen Bank. Segundo Yunus "o dinheiro que ia para a família, através das mulheres, trazia-lhes muito mais benefícios. Isto podia ser observado em todos os casos. Quando é o homem que toma o empréstimo, há algumas mudanças positivas, mas nenhuma se compara ao caso da mulher. Os filhos são beneficiários imediatos quando é a mãe que toma o empréstimo. As mulheres vêem mais adiante. Elas querem promover mudanças em suas vidas passo a passo e utilizam o dinheiro com mais cautela." É por isso então, que o Grammen Bank dá prioridade no crédito a mulheres e desta forma tem ajudado a mudar significativamente a realidade de muitas famílias.