terça-feira, 31 de março de 2015

A brincadeira do [in]vestir - "Outras Palavras"

É preciso experimentar e testar o próprio gosto (e corpo) para ousar descobrir-se.

Encontrei em São Paulo, por acaso, uma loja de roupas femininas que tem um funcionamento um pouco diferente. A loja não tem provador, embora seja possível experimentar as peças que custam, todas o preco único de R$30. O que se vê na segunda sala da casa - bem longe dos olhos da rua - são várias mulheres (das mais variadas idades e com os mais diferentes tipos de corpos) experimentando os achados enquanto disputam um espaço em frente ao espelho. Nenhuma peça de roupa é igual a outra e a maioria delas está disposta segundo o velho esquema do cestão.

Ao encontrar três itens do meu interesse, de início fiquei meio sem jeito para prová-los: esperava que o ambiente ficasse vazio e tentava lembrar qual era mesmo a calcinha e sutiã que estava usando. Contudo, não demorei para perceber que não haveria chance para privacidade e, afinal, todas ali estavam na mesma situação: quem imaginava ser vista em trajes íntimos ou numa espécie de topless em pleno início de tarde de quinta-feira? Ninguém de renda preta: calçolas tendência, fique tranquila! 

quinta-feira, 26 de março de 2015

9 razões para ser feminista - #oFeminismoSouEu



"Tornei-me feminista como uma alternativa a ter que me tornar uma masoquista" - Sally Kempton

Desde que me declarei feminista e comecei a estudar um pouco sobre questões de gênero (muito pouco ainda para o meu gosto) muitas pessoas passaram a me ver de forma diferente. Como já disse aqui começaram a surgir olhares de estranhamento quando uso o termo feminista ou aquela cara de preguiça nítida. “Nossa agora você vê machismo em tudo”, já me disseram algumas vezes. Pois é meu bem, não sou bem eu quem vejo machismo em tudo, mas o machismo que infelizmente está impregnado nas entranhas mais profunda da sociedade e muita coisa que pode parecer “bobagem” nada mais é do que um sintoma, suave ou não, de uma doença muito maior que nos afeta a todas de forma violenta e cruel!

Desde a reação às campanhas desastrosas como a da Risque e da Skol, a minha reflexão sobre querer ou não saber o sexo da pessoinha que estou tentando gerar, minhas críticas às mais bem intencionadas declarações de como a mulher deve se comportar para ter igualdade no mercado de trabalho, o fato de eu não conseguir rir e no mais das vezes me sentir ofendida por piadinhas de humoristas que um tempo já admirei e hoje acho escrotos, são inúmeras as situações em que as pessoas acham que estou exagerando.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Eu sou chata!!!

Eu sou chata! Confesso! Em alguns momentos poderia se dizer que eu sou chata para caraleo mesmo... Tipo MUITO CHATA! Daquelas que insiste na opinião quando evidentemente todo mundo na mesa quer mudar de assunto, ou que encrenca com o detalhe errado que você deu numa conversa de bar ao contar uma história de balada de 13 anos atrás. "Não estava de blusa branca não! Lembro muito bem que naquele dia sai com a blusa rosa que eu ganhei de presente de aniversário!" E a pessoa me olhando de canto de olho tipo "ta ta ta". Sou daquelas que contou para os colegas no pré que Papai Noel não existia e que não se conformava com crianças de 8 anos AINDA NÃO SABEREM DE ONDE VEM OS BEBÊS! 

Já entrei (e às vezes ainda entro) em muita discussão desnecessária... Se acho que tenho razão (e como toda chata isso é algo que ocorre digamos com uma certa frequência) não arredo o pé até que o incauto concorde comigo... E ai dele se o fizer apenas para encerrar a discussão! Tal atitude pode gerar mais algumas horas de discussão até que eu me convença de que ele realmente entendeu, absorveu e concordou com a minha argumentação... Por muitos anos meu lema foi: eu não acho que tenho sempre razão, apenas é raro alguém conseguir me convencer com argumentos melhores do que os meus (você pode ver que sou modesta também!). 

Apesar dessa chatice toda eu tenho muitos amigos e pessoas que me amam de alguma forma. As pessoas estão na minha vida há bastante tempo, mesmo as que pegaram o auge da chatice em sua forma bruta (também conhecida como adolescência!) e isso pode parecer uma incógnita mas acredito que seja pois apesar de ser chata sou também uma amiga leal e dedicada! Não meço esforços para ajudar quem precisa de mim e tento ser muito compreensiva quando alguém que eu amo está em dificuldades ou sofrendo. Pode ser também por ser engraçada mas acho que minha ironia e senso de humor não compensariam sozinhos toda essa chatice... Já pensei que pode ser o fato de eu ser dedicada e alguém que meus amigos e amigas de certa forma admiram por tantas outras qualidades.

Parei para pensar em tudo isso enquanto mais uma vez cedia à tentação de ler comentários em posts sobre o tema polêmico da vez. A cada comentário chato, intolerante, prepotente que eu lia eu me perguntava: “quem são essas pessoas??? De que buraco elas saíram??? Pelo amor fechem as compotas do inferno!”

Até que: BUM! Me ocorreu: essas pessoas podem ser exatamente como eu! Chatas em suas opiniões e insistentes com seus argumentos (claro que não estou discutindo o mérito e a qualidade da argumentação pois jamais entrei em discussão com a retórica do “cala boca você é burro” embora já a tenha pensado muuuuiiitaaas vezes!). O fato é que elas devem ser amigas de alguém, amadas por alguém e ter qualidades que não vêm à tona em comentários na internet. Meu marido algumas vezes me diz: “cara se eu não te conhecesse ia te achar muito boçal por esse comentário”. Ou seja: toda a irritação com esse tipo de comentário e pessoas vem do fato de, muitas vezes, não as conhecermos. Não sabermos que, além de chatas elas também podem ser amorosas, dedicadas, leais, engraçadas, sensíveis e uma série de outras qualidades que não se manifestam naquele momento!

Do meu lado, o exercício para diminuir a chatice é constante e hoje já escolho muito melhor as minhas “brigas”, além de ter aprendido a ser bem mais tolerante à opinião alheia, o que devo dizer só veio a enriquecer e acrescentar. Mas, o interessante aqui e a proposta desse post é uma tentativa de pensar nessas pessoas (da internet e da vida) de uma nova forma. Olhar para mim e para as minhas chatices me ajudou a olhar os comentários e os argumentos de outra forma. Me irrito menos, me solidarizo mais!

Óbvio que não vou fazer amizade com a comunidade virtual toda e claro que dentre todas essas pessoas muitas eu iria achar um porre na vida real mesmo e jamais teria amizade com elas, mas o olhar por outro ângulo pode sim tornar as coisas muito mais fáceis em qualquer situação da vida!

Quanto mais penso sobre isso mais percebo a quantidade de defeitos que eu mesma tento constantemente trabalhar e como isso não é tarefa fácil! Por que exigir do outro uma sabedoria que eu mesma muitas vezes não tenho? Sendo o Facebook a grande mesa de boteco atual, será que as pessoas seriam tão grosseiras ao vivo? Será que o que se vê na rede não é apenas uma chatice exacerbada pelo manto do “anonimato”? Será que não seríamos na vida real com essas pessoas como meus amigos muitas vezes foram comigo em mesas de bar reais? (tá tá tá)

A provocação desse post então é: pense antes de escrever (claro!) mas também antes de julgar quem dá opiniões divergentes e acaba sendo chato nelas. Imagine que essa pessoa tem uma vida, uma família, amigos que gostam dela e talvez aquela frase esteja apenas fora de contexto. Tente humanizar o comentário e o ser humano que o fez. Claro que muitas vezes é difícil já que parte do problema é o analfabetismo funcional, mas já de tentar é possível perceber a irritação indo embora... ou ao menos suavizando.

E logicamente não estou me referindo aqui a comentários racistas, homofóbicos e preconceituosos latu sensu que para mim tem tolerância zero, mas àqueles que podem ser irritantes e vazios apenas por contrariarem tudo que acreditamos ser importante nesta vida e a pessoa simplesmente reduz a: “mimimi feminista” (qualquer semelhança é mera coincidência)!

Por outro lado, enquanto aqui escrevo penso: “será que todas as pessoas se irritam como eu ao ler bobagens nos comentários ou só as chatas?” Bem, se a carapuça lhe servir: bem-vindo ao time!


quinta-feira, 19 de março de 2015

#NãoARedução - Sobre privilégios



Essa semana voltou à pauta de assuntos das redes sociais um tema que mexe demais comigo: a redução da maioridade penal.

O tema não é novo pois desde 1993 é discutido e existem diversos PLs que propõe essa redução assim como são inúmeras as organizações em defesa dos direitos de crianças e adolescentes mobilizados no lobby legislativo para que a maioridade permaneça como está.

As razões pelas quais sou contra a redução são inúmeras e passam todas inevitavelmente pela certeza de que as crianças e adolescentes são as maiores vítimas de um estado falido e ausente na vida das classes mais baixas e de uma sociedade totalmente cega e insensível aos problemas alheios e que só grita quando dói no seu próprio calo, que só sente a própria dor e ignora diariamente o olhar de sofrimento e o pedido de ajuda do outro!

Para cada adolescente que comete um crime muitos outros (muito mais!) morrem e sofrem as consequências da violência familiar, policial e da própria criminalidade. Morrem também pelo descaso da sociedade em geral com uma nova geração que já nasce fada ao sofrimento e ao desencanto.

Uma geração de rejeitados, de inadotáveis, de abandonados física e emocionalmente que se enveredam para a criminalidade como resposta a uma vida que só lhes apresentou a violência e o abandono!

Absolutamente todos os argumentos de quem é a favor da redução são fáceis de serem refutados com números e estatísticas do quanto medidas punitivas (especialmente nesta fase da vida) são falhas e ineficazes e apenas acentuariam a situação trágica do nosso já mais do que falido sistema prisional

Reduzir a maioridade penal é um atestado de incompetência da sociedade como um todo! É querer curar uma hemorragia com um band-aid! E mais: é culpabilizar as maiores vítimas da insanidade em que vivemos! 

terça-feira, 17 de março de 2015

Não foi dessa vez... de novo...

A gente olha aquela tira branca procurando por uma linha fantasma que seja. Entorta os olhos, fica vesga, aperta até ficar com dor de cabeça, coloca contra a luz, vira de ponta cabeça e até fecha os olhos por uns 10 segundos para abri-los com a esperança de que um milagre tenha acontecido, e nada! Mais uma vez “não foi dessa vez”.

Se você não está tentando engravidar provavelmente não sabe nem do que eu estou falando e talvez ache completamente sem noção esse esforço visual todo para algo que está tão claro e escancarado na sua frente.  

Diferentemente de outras dores, a dor do tentar é daquelas que fica cada vez pior. Cada mês que passa parece que acumula um pouquinho da dor do mês passado, até que um dia você se pega sentada na privada olhando para o nada com aquela tira branca em uma mão e o coração na outra e não consegue levantar! Não consegue chorar, não consegue nem se mexer... só fica olhando... o azulejo branco do seu banheiro que parece tão frio nesse instante... Não tem como não se perguntar: “por que eu não?” Não tem como não se sentir inferior! A não ser é claro que você seja de fato superior no quesito iluminação... não parece ser o meu caso!

#1LivroPorSemana

Bem, fazem algumas semanas que não consigo postar aqui sobre o desafio do #1LivroPorSemana. Entre a Campanha da Semana da Mulher #oFeminismoSouEu e as manifestações políticas das últimas semanas, estava parecendo estranho vir aqui falar o que eu estava lendo como se nada estivesse acontecendo. 

Além disso, confesso que perdi um pouco o foco do desafio considerando que tenho tanta coisa para ler (textos e livros volumosos que só de olhar me dão um certo pânico! #prontofalei) para a aula preparatória que estou fazendo para aplicar para o mestrado esse ano, material para me preparar e doar às minhas Coachees lindas e mais as leituras do GLF. É realmente bastante coisa e nem eu sei onde estou arrumando tempo para tudo... De certa forma estou lendo mais que #1LivroPorSemana mas não em uma semana necessariamente, pois alguns estão se arrastando de uma para a outra por serem volumosos ou por serem livros de estudo mesmo. 

Neste momento, por exemplo, pairam na minha prateleira mental (i) Justiça - do Michael J. Sandel; (ii) Eu sou Malala - biografia da própria e (iii) Microfísica do Poder - Michel Foucalt. 

Então, o motivo deste post é para dizer que não vai mais rolar post do #1LivroPorSemana semanalmente mas que sempre que possível virei aqui contar como estão indo as leituras e dar dicas. Faz parte do autoconhecimento e do amadurecimento ter flexibilidade nos planos sem criar ciclos de autosabotagem. Então reformulei o objetivo de #1LivroPorSemana para #52LivrosNoAno assim não fico presa a algo que neste momento da minha vida se demonstra inviável! No fim, o objetivo maior é ler MAIS e SEMPRE! 

Também achei meio tosco simplesmente não dar satisfação do desafio que gerou uma resposta super gostosa e positiva! 

Por enquanto posso dizer que o "Justiça" dá um nó na cabeça de qualquer um e que vale cada página mesmo... fiquei só imaginando como deve ser fantástica a aula dele! 

Por enquanto é isso... foco no resultado... até aqui foram 12 livros em 10 semanas! :) 

segunda-feira, 16 de março de 2015

Mais amor por favor!


Muitos falam que a manifestação foi pacifica e pode até ter sido nas ruas, mas não é o que estou vendo entre amigos, familiares e colegas. A divisão está acentuada e não digo nem entre ricos e pobres mas entre nós e eles seja em qual lado você se enquadre.

Não vou ficar repisando o que já está altamente “memificado” nas redes como, a título de exemplo, um boneco da Dilma pendurado como se estivéssemos no Iraque ou no ISIs, placas de “Fora STF queremos apenas a PF e o MP” (Oi??) e pedidos de volta da Ditadura. Certamente não foram a maioria... mas ainda assim, o que tenho visto de ambos os lados é uma sucessão de ataques diretos e velados. Um orgulho crescente dos “coxinhas” de serem taxados como tal e dos petistas atacando qualquer um que tenha votado no PSDB como de “caráter duvidoso”.

Interessante como ao defender um olhar para si e para as próprias incoerências e hipocrisias fui “acusada” de ser PTista e, automaticamente, ladra, corrupta, beneficiária de programas do governo dentre outras coisas impublicáveis neste espaço.

Votei no Eduardo Jorge no primeiro turno e não votei em nenhum candidato do PT para o executivo ou legislativo. No segundo turno fui de Aécio embora tenha flertado com o nulo. Fui de nulo para o governo do Paraná e fico muito aliviada hoje quanto a isso. Não acho o PT mais corrupto que o PSDB, o acho apenas mais incompetente em muitas esferas (comunicação e articulação política sendo uma delas) e sou, antes de mais nada, pró alternância no poder, embora compreenda que isso seja uma utopia em um país onde quem manda mesmo é o PMDB e o resto da base. Fiquei estarrecida com o Legislativo que se compôs após as eleições e estou com o coração na mão desde a eleição de Eduardo Cunha a presidente da Câmara. 

quinta-feira, 12 de março de 2015

Por que eu não vou para rua - uma reflexão pós-eleitoral


Então, rolou panelaço! Rolou xingamento não muito nobre à Presidente e tá rolando muita mas muita incoerência, hipocrisia e falta de querer ouvir, de querer ponderar e de unir esforços contra os verdadeiros vilões: nós mesmos!

Às vezes dá um nó na garganta com as coisas raivosas que tenho lido e confesso que por vezes (muitas) fico completamente desesperançosa de que haja alguma solução para esta que chamamos de pátria (conceito do qual tenho buscado me desapegar cada vez mais – mas isso é assunto para outro momento!).

Eu não vou às ruas no dia 13 nem no dia 15. Para mim a eleição acabou e não sou a favor do impeachment, mas considero o protesto popular uma das formas de lembrar ao governo de que todo poder emana do povo (e não de Deus como querem algum), mas o que está em pauta – no caso a queda da Presidente – não é a minha bandeira. Ando muito mais preocupada com a bancada evangélica e as sandices de Eduardo Cunha e Renan Calheiros do que com o resto.

Além disso, tendo a concordar com o Senador Cristovam Buarque, de que um impeachment da Presidente nada resolve, nada agrega, nada acalma. Apenas enfraquece a nossa já frágil democracia. Concordo também como ele de que a insatisfação é geral com a classe política e em tese todos – ou quase - deveriam ser removidos de seus postos. Me lembrei novamente da minha monografia na qual defendia a possibilidade de cassação de mandato pelo povo também dos membros do Legislativo e não apenas do Executivo.

Mas o que é que levou então à gota d’agua para toda essa revolta? Será que os petistas estariam agindo da mesma forma caso Aécio tivesse ganho? Estariam acusando o PSDB de estelionato eleitoral quando ele cortasse ou reduzisse o orçamento com programas sociais? Talvez sim, talvez não! Talvez estivessem apenas fazendo o que eles sempre souberam fazer muito bem: OPOSIÇÃO! Ou talvez estivessem tentando instaurar a tal da ditadura bolivariana (piadinha tá gente!?). Difícil saber a essa altura. 

segunda-feira, 9 de março de 2015

Sim, estou muito feliz!



Com o fim do Dia Internacional da Mulher vão-se as “homenagens” à nossa força e determinação por fazer tudo que um homem faz e ainda de salto, depiladas, maquiadas e malhadas (se você, como eu não usa salta, nem maquiagem muito menos malha e volta e meia falta à depilação por falta de tempo, essas homenagens não era para você, ok?) dando espaço às campanhas de Páscoa que por sua vez serão seguidas de emocionantes agradecimentos às mães, depois aos namorados, pais, crianças para finalmente culminar com Cristo e seu suposto nascimento capricorniano.

Foi-se o 8 de Março de comemorações, ficam os problemas de todos os dias: a violência, o assédio, o isolamento no ambiente de trabalho, o controle sobre os nossos corpos, nossas roupas e nosso palavreado! Ficam as milhares de mulheres vítimas de estupro diariamente e as que suportam violência doméstica caladas há anos! Principalmente, fica o machismo encrostado como ferrugem velha em todos os âmbitos da sociedade nos lembrando diariamente do porquê estamos lutando – ainda que vez ou outra bata um certo desânimo!

Dessa vez a galera nem esperou muito para voltar ao seu “normal”. No próprio dia 8 já estava xingando a Presidente Dilma de vaca para baixo (como se isso tivesse algo a ver com a sua performance política) do alto de seus apartamentos no Jardins e em Higienópolis, ato de extrema deselegância e altamente machista! 
Hoje então, ainda na ressaca pós 8 de março em que pude apreciar textos lindos e bem escritos na minha timeline de inúmeras mulheres com as quais tenho a honra de me relacionar (pessoal ou virtualmente), me deparo com uma moça alegando que nos tornamos mulheres infelizes ao lutarmos pela igualdade já que “assim sufocamos a carência de cavalheirismo e necessidade de segurança que há em nossa essência”. 
A autora conclui, através de vários argumentos conservadores cristãos que a mulher feliz “foi educada em valores e virtudes, soube honrar sua dignidade, estudar com esmero, mas também escolher um verdadeiro cavalheiro para casar-se. Hoje ela é casada, tem muitos filhos, trabalha dentro do possível para ajudar no orçamento e é muito, mas muito feliz”.
Bem, se você está no time das infelizes assim como eu seja bem-vinda! 

domingo, 8 de março de 2015

O que comemoramos hoje? #oFeminismoSouEu

#oFeminismoSouEU


Temos tanto para refletir nesse dia... Tanto para lamentar, muito para conquistar e tantos e tantas para convencer do quanto o machismo continua presente em nossas vidas. 

Ainda falta muito! E é disso que devemos falar neste dia, para que não seja apenas mais um dia comercial engordando um pouquinho as contas de floriculturas e marcas que exploram o ano todo a mulher como objeto, que nos fazem sentir péssimas com nossos corpos, que nos incitam a distúrbios alimentares, que nos fazem chorar ao subirmos na balança, para hoje virem nos homenagearem por sermos "sensíveis e batalhadoras"! 

Precisamos falar de aborto e das mulheres que morrem, que são criminalizadas ou ainda das que parem crianças condenadas muito antes de nascerem. Há que se falar de estupro e da banalização do mesmo, de como é motivo de piada para alguns e tantos acham normal rir das mesmas. É urgente falar de violência doméstica e de como ela começa com "não vou sair com você vestida assim", com puxadas pelo braço e tons de voz alterados. Sabemos também como ela termina com mulheres machucadas física e psicologicamente e muitas vezes (muitas mesmo!) mortas por seus companheiros. Temos urgentemente que falar sobre como a situação no mercado de trabalho continua desvantajosa para nós (ainda que muitos alardeiem como já "alcançamos igualdade") e de que neste ritmo chegaremos à igualdade somente em 2095

Os problemas são inúmeros e claramente não há espaço para abordá-los em apenas um post e muito menos poderei eu ou você, um único ser humano falível e limitado resolvê-los sozinhos nessa vida. 

Então, tomarei a liberdade de fazer um convite neste dia 8 de Março. 

Um convite à reflexão e não à comemoração. Ao invés de apenas dar uma rosa ou enviar uma mensagem, convido-vos a parar por 5 minutos e a refletir com profunda honestidade sobre o quanto você contribui para o machismo. Sobre o quanto julga mulheres apenas por serem mulheres (bonita demais, magra demais, gorda demais, dada demais, frígida ou mal comida...). Sobre o quanto inconscientemente alimenta a mesma realidade que critica em outra esfera. 

Convido a todos a refletir sobre as mil formas de sexismo presentes diariamente nas nossas vidas moldando a nossa autoestima, o nosso senso de pertencimento e visão de mundo. A refletir como o machismo, a desigualdade social, o racismo e a homofobia dentre tantas outras formas de descriminação estão interligadas e são a verdadeira raiz para tantos dos problemas sobre os quais adoramos reclamar no Facebook (como a violência no Brasil, impunidade, corrupção e etc.) 

Convido-vos a parar de negar o óbvio! A parar de comparar o que uma mulher sofre apenas por ser mulher à obrigatoriedade do serviço militar e ao fato de nos aposentarmos 5 anos antes! 

Convido-vos a parar de dizer que é mimimi achar uma "cantada" algo ofensivo e abusivo. Você não sabe o que é sentir MEDO simplesmente por estar andando de shorts em um dia de calor. Você simplesmente não sabe! 

No fundo, o convite é para refletirmos. Para termos empatia e solidariedade e entendermos que um mundo no qual metade da população é tratada de forma desigual não pode ser um mundo justo e próspero! 



sexta-feira, 6 de março de 2015

Sobre o dia em que saí do armário...


Anos atrás em um bate-papo com uma amiga de longa data fui confrontada por ela, com um certo desprezo, sobre o “quando foi que eu teria me tornado uma feminista”, estando o termo feminista acompanhado de uma quase mordida-careta no lábio bastante pejorativa. Quase um “nojinho”. Prontamente respondi: “não sou feminista, apenas acho que isso (objeto da nossa conversa há época!) não é justo!”

Hoje, ao refletir sobre o como o feminismo ainda é visto com desdém-irritação-preguiça por uma importante parcela da nossa sociedade, passou um filme na minha cabeça sobre como eu “saí do armário” para primeiro me tornar e, bem depois, me assumir como feminista.

De todos os preconceitos enraizados na sociedade e no inconsciente coletivo, o machismo certamente é o mais presente e o mais letal e sem dúvida o mais difícil de extirpar, até por contar com opressores e oprimidas advogando em seu favor ainda que inconscientemente.

Sim, eu já fui muito machista! Muito mesmo! Já achei que mulher “tem que se dar ao respeito”, mesmo que me incomodasse com o fato de homens não precisarem fazer o mesmo. Já acreditei que para crescer na carreira a mulher tinha que se masculinizar e ser assertiva, objetiva bem como deixar de lado suas emoções, embora percebesse o quanto minhas colegas e chefes mulheres eram boas mesmo sendo muitas vezes o oposto desse discurso. Já fui adepta do termo “mulheragem” que basicamente seria alguém (homem ou mulher) cheio de “não me toques” e “mimimis”, características que sempre desprezei em qualquer pessoa. Já tachei aquela diretora pentelha de “mal comida” enquanto secretamente a admirava. Poderia ainda citar minhas participações nada feministas nos Jogos Jurídicos. Já achei exagero considerar as músicas do Michel Telò apologia ao estupro ainda que ODIASSE quando alguém me puxava pelo braço na balada. Também já pensei com indignação sobre como e porque algumas mulheres se mantinham em relações abusivas mesmo tendo vivenciado situações de abuso dentro de casa nas quais eu intuía que a liberdade não depende apenas de força de vontade. 

quinta-feira, 5 de março de 2015

Quando se é mãe... - "Outras Visões"

#OFeminismoSouEu 


E a contribuição de hoje para a #SemanaDaMulher é da minha grande amiga e companheira de jornada nessa encarnação em tantos aspectos que nem consigo começar a descrever. Alguém que entrou aos poucos em minha vida mas veio para ficar para sempre! Suas palavras são sempre bem-vindas e bem-colocadas e transbordam a sabedoria que lhe é peculiar sempre com humor! Tenho o privilégio de ser sua amiga e a honra dela me considerar o mesmo! Muito amor nessa #SemanaDaMulher. 

Quando se é mãe...

Cuando se es madre

Não sou mãe. E, pelo andar da carruagem, é bem capaz que eu nunca o seja. Essa declaração vem com todas as alegrias e tristezas que as grandes encruzilhadas trazem. Mas, essa não vivência, não me impede de reconhecer a riqueza e as contradições que a maternidade carrega em si. E, principalmente, não me impede de questionar a lógica que faz com que o mercado se recuse a aceitá-la como uma contribuição social. Se escrevo em meu CV que passei um ano da minha vida dedicada a projetos sociais, cuidando de outros seres, isso é valorizado. Se escrevo que passei o mesmo ano dedicando-me ao meu filho, isso é percebido como tempo perdido. Não me entendam mal. Sou capitalista, vivo dentro da lógica do mercado. Acho profundamente interessante entender como ele se organiza e se estrutura. Por isso mesmo, acho incoerente e míope não valorizar a experiência adquirida pela maternidade. Da mesma forma que não creio na sua santidade, é com a mesma força que acredito ser necessário que o mercado perceba essa vivência como algo positivo. Em um mundo onde as mulheres, progressivamente, preenchem a maioria das cadeiras nas Universidades, não é lógico que, por exercerem uma das múltiplas possibilidades que a experiência feminina proporciona, essa mesma maioria seja alijada da possibilidade de se inserir e ascender no mercado de trabalho. É a mesma lógica perversa que impede que os homens exerçam o papel de pai em plenitude. A eles é dado o direito/dever de ignorar a família para crescer profissionalmente. Para tanto, precisam esquecer que não verão seus filhos crescerem, darem o primeiro passo ou dizerem a primeira palavra. Já evoluímos muito, é certo, e o meu querido marido não me deixa esquecer isto em minhas crises de pessimismo que me acometem quando ouço as asneiras que representantes políticos falam. É fato. Mas também é fato que a lógica que engessa o mercado de trabalho e impede que seja criado um ambiente mais flexível e que facilite a inclusão permanece. É um modelo obviamente falido. Mas talvez sejam necessárias mais umas tantas gerações Y para que as empresas mudem e entendam que talento, comprometimento e dedicação vem em várias embalagens. E talvez sejam necessárias mais pessoas dizendo que essa fórmula de sucesso não é mais sustentável para que possamos ter uma sociedade mais equilibrada e, porque não? Feliz.

Moraima Rangel é uma alma antiga em um corpo jovem. É uma carioca nordestina com espírito cosmopolita! É uma luz e um alento para seus amigos e incômoda para os que não a compreendem! É carinho com disciplina, é perspectiva nova e fôlego para recomeçar! (Tayná Leite) 


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quarta-feira, 4 de março de 2015

#SomosTodasKarinnyOliveira


Todos os dias, no mundo todo, mulheres sofrem algum tipo de violência simplesmente pelo fato de serem mulheres. Isso não é novidade e a aprovação do PL que transformou o crime de ódio contra a mulher em crime hediondo trouxe mais uma vez o assunto às primeiras páginas de nossas timelines.

A importância de lutarmos por direitos iguais e pelo fim da violência contra a mulher e de incorporarmos o conceito de que #oFeminismoSouEu é tema constante aqui no Blog e nas minhas rodas de debate.

Eu vivi a violência doméstica dentro de casa e conheço várias pessoas que, de uma forma ou de outra, também presenciaram casos de violência em suas próprias famílias. Por isso mesmo, sei também o quão difícil é se livrar dessa violência. O quão penoso e assustador pode ser tentar romper o ciclo pois, por incrível que pareça, desvencilhar-se do predador pode ser um pesadelo ainda maior do que a violência do convívio íntimo.

Até hoje eu não conhecia a história da Karinny. Quando ela me enviou uma mensagem pedindo ajuda eu não sabia ao certo que tipo de ajuda eu poderia oferecer, apenas sabia que um pedido de socorro de uma mulher em situação vulnerável não poderia ficar sem resposta. Combinamos pelo Face de nos falarmos e então liguei para ela de manhã.

Ao ouvir o seu relato a minha voz embargou. Me deu um nó na garganta e não foi de pena, não foi por ela estar vivendo uma situação tão difícil e infelizmente tão comum. Foi de emoção e admiração! Uma mulher, como tantas nesse Brasil e nesse mundo que sofrem as consequências não apenas do patriarcado e do machismo mas da política podre e da influência corrupta que ainda assola o nosso País. Uma mulher que não se deixou abater e não apenas teve coragem de sair de uma relação de abuso, mas que fez disso a sua causa! Que fez da sua dor e da sua luta a luta de muitas!

Porque eu preciso do feminismo - "Outras Visões"

#OFeminismoSouEu 


E a contribuição de hoje para a #SemanaDaMulher é da minha ex-colega de faculdade e mais nova amiga e companheira nessa jornada de empoderamento! Daquelas afinidades que a gente descobre pelo Facebook (thank you Mark Zuckerberg for that!) e que enriquecem a nossa vida! 

E para quem gosta de ler textos lindos e inspiradores #ficadica do tokaoki.com


Porque eu preciso do feminismo 
Quando eu tinha oito anos de idade, minha mãe me mudou de escola no meio do ano. Fui recebida de braços abertos por uma professora muito querida. Somente por ela. Meus colegas me desprezavam e faziam questão de me lembrar o tempo todo do quanto eu não era bem-vinda. Do quanto eles preferiam que eu tivesse continuado na minha escola antiga. E do quão feia eles me achavam. Eu nem era feia assim, mas eles insistiram tanto nisso que acabaram me convencendo.

Eu era uma das alunas mais inteligentes da turma. Minhas notas eram as mais altas, e eu nem precisava me esforçar para tanto. Isso fazia meus colegas me odiarem ainda mais. O meu primeiro dia de aula naquela escola foi também o primeiro de outra menina. Linda, loira, de olhos azuis. Ela foi bem recebida por todos os colegas, meninos e meninas. Aos oitos anos de idade aprendi que, se você é uma menina, ser bonita é essencial, e ser inteligente não ajuda em nada.

Ainda naquele ano, a professora organizou um concurso de verbos. Ao final de uma semana conjugando verbos diversos em vários tempos diferentes, eu não somente venci, mas fui a única da sala que não errou nenhum verbo, em nenhuma pessoa, em nenhum tempo. O prêmio era passar um final-de-semana com a professora, que era nossa heroína naquela idade. Em segundo lugar, ficou um menino e, em terceiro, uma menina, que não era minha amiga e nem mesmo me tratava bem naquela época. Como eu havia sido a campeã, a professora me deu o direito de escolher se eu queria ou não que a menina que ficou em terceiro lugar recebesse o prêmio também, ou seja, se eu aceitava que ela fosse junto comigo passar o final-de-semana na casa da professora. 

terça-feira, 3 de março de 2015

Humanização do Feminismo? - "Outras Visões"

#OFeminismoSouEu 





Continuando as comemorações e a conscientização para o real significado do dia Internacional da Mulher, trago aqui na Self algumas reflexões de outras mulheres que estão aí fazendo a diferença e sendo o feminismo! 
Este artigo da minha amiga e uma alma linda nos faz refletir sobre o empoderamento e o processo de luta em movimento contrário ao da vitimização (ainda que sejamos sim vítimas de um sistema injusto e desequilibrado!) 
A humanização do Feminismo
"A minha breve passagem pelo Sudão, país africano que se constitui como uma República Fundamentalista Islâmica, considerado pela agência Reuters, em 2013, como o sexto pior país do mundo em direitos das mulheres, me despertou para uma realidade até então objeto de noticiários impessoais. Tratando-se de um intercâmbio jurídico, tivemos a oportunidade de conviver com mulheres sudanesas advogadas e instruídas. Porém, ao presenciar uma médica deixar de jantar por não ter a liberdade, e nem iniciativa, para pedir novos talheres ao garçom, pude concluir que, para a conquista e a manutenção dos direitos das mulheres, a educação formal, por si só, não basta. É preciso bem mais.
Seja no Sudão ou no mundo ocidental, fato é que vivemos em uma sociedade de desigualdades. Social, econômica, cultural e também de gênero, na qual a mulher está no centro de um desequilíbrio social. Não há culpados e não há motivo para revolta. Trata-se uma herança histórica, decorrente de conceitos formados com base nas tendências biológicas. A prevalência da força física do homem contribuiu para um papel sexual passivo da mulher, que se prolongou para a vida social. E, por causa disso, de uma forma ou de outra, nos tornamos “vítimas”. Mas ser vítima de desigualdade de gênero ou discriminação não significa que necessariamente a mulher precisa sofrer um processo de vitimização, tendo pena de si própria, permeando-se de um sentimento de impotência, inferioridade e falta de liberdade. 

segunda-feira, 2 de março de 2015

#OFeminismoSouEu

A Campanha está bombando e recebeu a contribuição preciosa da minha anja-madrinha-mãe-de-coração Joana Woo! Abaixo as frases que estão circulando no Facebook! 

Contribua você também! Cole essas e as suas frases no seu mural e chame seus amigos e amigas para fazer o mesmo! #OFeminismoSouEu 

1- Quando combate com veemência a hipocrisia da sociedade diante de monstruosidades na mídia como a Confissão de Alexandre Frota

2- Quando vai à luta no direito das mulheres receberem salários iguais aos homens na mesma capacitação profissional

3- Quando é radicalmente contra as justificativas de mentes absurdas e preconceituosas no caso de estupro e violência contra as mulheres


4- Quando cria espaços para que as mulheres que sofrem abusos dentro dos próprios lares possam se manifestar

5- Quando se posiciona contra a adultizaçāo das meninas em concursos de Misses

6- Quando olha o mundo com naturalidade e igualdade na expressão sexual das mulheres

7- Quando clama para que não nos calemos diante da opressão que as mulheres sofrem em países retrógrados e machistas

8- Quando abre a mentalidade das mulheres que vivem desvalorizando a condição feminina

9- Quando confia na evolução humana, luta por direitos iguais para um mundo com mais ternura e solidariedade

#OFeminismoSouEu - Campanha dia Internacional da Mulher da Mulher

Hoje se inicia a semana que antecede a comemoração do Dia Internacional da Mulher, data simbólica e importante para relembrar a todos a importância da luta do movimento feminista por direitos básicos infelizmente ainda não assegurados (como igualdade salarial, para citar apenas 1) e também para celebrar tantas coisas que hoje damos como óbvias e que somente foram possíveis graças a inúmeras mulheres que lutaram e lutam para que pudéssemos, por exemplo, sair por aí de calças e abandonar o espartilho!

Não é o objetivo desse post elaborar a respeito das origens desta data de conhecimento geral e um Google de distância de qualquer pessoa, mas sim, trazer um novo olhar sobre o movimento feminista e a importância histórica mas ainda tão atual do mesmo em nossas vidas. Por incrível que pareça ainda escutamos (de homens e mulheres) coisas como: "mas e o dia do homem"? e "malditas mulheres que queimaram o sutiã".

Humildemente então, para comemorar e celebrar, mas principalmente conscientizar sobre a importância desse dia, a Self em parceria com o Fotoverbe-se e o apoio da página Elas Também, está lançando a Campanha #OFeminismoSouEu.

Não queremos flores e propagandas de cosméticos e produtos de limpeza que romantizem e estereotipem ainda mais as mulheres! Queremos que as pessoas, ao olharem essas fotos, reflitam à sua própria maneira sobre a importância e o significado do feminismo ontem e hoje para, quem sabe, olharmos para um futuro em que não precisaremos mais de movimentos. 

Um futuro no qual seremos apenas pessoas com direitos e deveres e contribuindo para a sociedade respeitosa de todos os seus indivíduos. 

Esta é a nossa humilde contribuição, com o olhar artístico encantador do Paulo Andrade e uma imensa boa vontade de modelos voluntárias e voluntários que acreditam que podem fazer a diferença!

E você? Topa este desafio? Que tal colocar na sua timeline uma foto sua que expresse o seu sentimento em relação a isso com a hashtag #OFeminismoSouEu ? 

Vamos fazer essa campanha rodar o mundo e mostrar que o feminismo é necessário e é mais do que tudo EMPODERAMENTO, ESCOLHA, LIBERDADE E AMOR!