segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sobre o amor...



O post de hoje é sobre o amor, a família que a vida nos dá e os relacionamentos que escolhemos e principalmente sobre o Projeto de Lei conhecido como Estatuto da Família. Para quem não está por dentro, segue o link do PL bem como da enquete à população sobre o tema.



A enquete colocada para apreciação da população brasileira faz o seguinte questionamento:

“Você concorda com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, prevista no projeto que cria o Estatuto da Família?”

Eu já votei algumas vezes e fico feliz em ver que a diferença antes gritante a favor do sim vem diminuindo (em abril estava quase 70/30 para o sim) e caminha para um empate chegando aos quase 4 milhões de votos.

Mas voto em enquete não vale nada. Voto que vale é na urna, e na urna nós colocamos Bolsonaro, Feliciano, Russomano e mais um monte de representantes de uma bancada que defende o ódio e o preconceito e a desigualdade de gênero, de orientação sexual e que ataca a família!

Sim, ao contrário do que gostam de bradar, os conservadores-moralistas-neoliberalistas-imperialistas-fiscaisdecuebuceta não são a favor da família, mas sim contra ela e, principalmente contra o amor!

Eles são contra as centenas de milhares de famílias compostas por mulheres solteiras, por vós e netos, por casais sem filhos homo e hetero. São contra famílias mistas com vários pais e mães, padrastos e madrastas, enteados e irmãos de sangue.

E como ser contra o amor? Como, alguém que já tenha amado, que sabe o que significa o frio na barriga, o olhar perdido, a cabeça nas nuvens e aquela vontade de estar sempre juntinhos e de compartilhar cada segredo pode ser contra o amor? Como pode achar que o seu amor é melhor que o do outro? Como pode ter a pretensão de querer ter mais? 

O amor não escolhe cor, não escolhe raça, não escolhe gênero. O amor desperta, desabrocha como uma flor na primavera. Inesperado, fresco, vivo.

Ser contra o amor do outro, querer tolher-lhe a possibilidade de viver esse amor, em toda a ritualística (e tutela jurídica) que este deve ser vivido é não apenas estúpido, mas desumano e injustificável. Ao menos para quem algum dia já tenha amado.

Mais injustificado ainda se pautar em argumento religioso, colocando em Deus a culpa por tal segregação. Um Deus, tido e descrito como benevolente, O amor em pessoa, capaz de perdoar até as mais graves atrocidades humanas e que, na visão dos que o adoram, foi capaz de doar a vida de seu próprio filho por amor à humanidade (e quem é pai ou mãe entenderá com maior empatia o que isso significa). Como é que se pode argumentar que esse mesmo Deus seja tão duro e rígido com o amor de dois seres humanos que apenas querem viver e expressar esse amor?

Ao ser questionado sobre os velhos mandamentos em vigor na hipócrita sociedade judaica, respondeu Jesus: " 'Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento'. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si mesmo'. Mateus 22:37-39

E então, mais uma vez, ao me perguntar se concordo com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, só me resta dizer que NÃO, NÃO E MIL VEZES NÃO. Pois para mim a o núcleo que compõe a família é o amor. E este é paciente, é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Coríntios 13:4-7)

Ao responder a enquete faça-o com amor!  





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