terça-feira, 22 de julho de 2014

Sobre liderança e "otras cositas mas” ...



Ao buscarmos a palavra liderança no Google aparecem mais de 9 milhões de resultados. Se o fizermos em seu correspondente em inglês o numero é ainda mais impressionante: leadership alcança fenomenais 155 milhões de resultado. Centenas de milhares de livros (uns muito bons outros nem tanto...) foram escritos sobre o tema e milhares de milhares de blog se concentram no assunto.


Grande parte da força de trabalho mundial consome vorazmente esse conteúdo que alimenta uma indústria bilionária, sonhando em um dia ser chefe. Livros como “tudo sobre liderança” ou “torne-se um líder em 20 minutos” povoam prateleiras e são tão eficazes quanto dietas que prometem emagrecimento sem exercício ou sem passar fome!

E assim como grande parte das pessoas quer emagrecer e ter um corpo definido passando ao largo dos sacrifícios físicos envolvidos, uma esmagadora maioria de pessoas não sonha em ser líder e sim em ser chefe. Não sonha em inspirar pessoas, mas em “ter subordinados” e em “mandar em alguém”. 



Poucos efetivamente se motivam a chegar a uma posição de liderança pelo privilégio que essa condição nos dá de impactar vidas e fazer a diferença no mundo. Talvez isso explique o porquê a sociedade e as organizações careçam tanto de lideres de verdade – a despeito dos milhões de resultados encontrados no Google.


E qual seria, então, a verdadeira liderança? O que precisa ter um bom líder para não ser apenas mais um chefe? (neste post estamos considerando a liderança positiva e não a liderança latu sensu, isto é aquela que leva as pessoas a fazerem o que seu líder determina independente do conteúdo por meios escusos como lavagem cerebral, apelo religioso, etc. Não estamos falando de “hitlers” e “Charles masons”) 

Na minha visão são poucas e imprescindíveis as qualidades: (i) EMPATIA; (ii) RESPEITO PELOS LIDERADOS; (iii) SABER TRANSMITIR SEGURANÇA/CONFIANÇA; (iv) CAPACIDADE DE TOMAR DECISÃO (E VIVER COM ELA); (v) BOM SENSO; e (vi) AMOR PELO SER HUMANO.

Para mim um líder que não possua qualquer uma dessas características perde automaticamente a condição de líder e passa à condição de chefe, ainda que entregue resultados à organização. De nada adianta ter todas as outras importantes características como saber delegar e gerenciar bem o tempo. É como focar na cobertura e esquecer a massa do bolo, pode parecer gostoso no começo, mas não tem sustância e não “enche a barriga”.

Em outro momento falarei sobre cada uma dessas qualidades e também de outras acessórias também importantes, mas hoje eu quero falar de uma condição ainda anterior ao desenvolvimento ou valorização dessas qualidades que é o DESEJO genuíno de se DOAR e de querer IMPACTAR a vida de outros de forma positiva. Entendo que nenhuma das características elencadas será natural se não houver esse desejo intimo (ainda que inconsciente).

Ser um verdadeiro bom líder significa doar-se à equipe. Exige sacrifício. Significa dividir os créditos e assumir as derrotas. Envolve observação atenta e um bom par de antenas para detectar problemas e humores que não serão compartilhados espontaneamente. Aquele que DESEJA ser líder vibra com as conquistas de seu liderado como se fossem (e são) suas e sofre em silencio quando precisa repreendê-lo.

Sendo o líder que cada um desejaria ter, não precisará se preocupar com a sua equipe deixa-lo. E caso o façam, com certeza terá sido para uma oportunidade muito melhor também graças a algo que você proporcionou. E se você for um líder de verdade estará tão feliz por ele(a) que isso não fará diferença!

E você? Quer ser líder? Já parou para pensar por quê? E se já for um chefe, já se perguntou se é um líder de verdade?

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